RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

quarta-feira, 31 de março de 2010

"REMATANDO" OS TAPUMES


Foto LRS

Última postagem do mês de março. "Rematando" os Tapumes após mais de 70 postagens em 30 dias.

Foram, até o momento desta publicação, impressionantes 2.194 acessos.

Naquela canja de batata, frango e arroz, meio assim para doente, foi colocado tutano e o caldo engrossou.

O que era para ser um pombo correio levando notícias do sul, acabou se transformando em um malote cultural.

Mas não vamos nos assustar. Vamos fincar o facão no toco só para ver o cabo balançar. Com a ajuda de vocês, é claro, razão maior deste blog.

VEM COISA BOA POR AÍ


Celso Oliveira, Natural de Porto Alegre, dono de uma voz impar, iniciou sua carreira musical no ano de 1987 no Grupo “Os Tarumãs” da cidade de São Gabriel/RS junto com Cesar Oliveira hoje da dupla Cesar Oliveira & Rogério Melo.

No inicio da carreira procurou se aperfeiçoar buscando um dos mais renomados professores de canto do Brasil, Profº Raimundo Mainardi, além dele, Celso estudou em conservatório de música onde buscou técnicas de canto Erudito e clássico, e fez aulas de canto com a professora Lori keller .

Celso Oliveira sente-se orgulhoso em ter trabalhado com grandes nomes da musica gaúcha tais como “Leonardo”, “Odilon Ramos, grupo Chão Batido, SBG – Super Banda Gaúcha, Orlandinho Rocha, Edilberto Bergamo, entre outros.

Agora com nova fase na carreira, Celso Buscou na cidade de Balneário Pinhal, um local com uma melhor qualidade de vida, onde terá mais tempo para compor, buscando na música nativa campeira uma nova forma de mostrar seu trabalho.

Voltou aos palcos no em setembro de 2008 na semana farroupilha de Balneário Pinhal, acompanhado por um trio de violões Claudio Kinei, Adinelson, Davi e o acordeom de Jorge(Todos Moradores de Balneário Pinhal) e Rodrigo na Bateria e percussão.

Celso Oliveira & Os Guitarreiros estão preparando o primeiro CD que levará o titulo “De Alma Campeira”, com composições inéditas onde se destaca composições de Léo Ribeiro, Kinei Prado e do Próprio cantor este CD será gravado utilizando recursos do FAC (Fundo de Apoio a Cultura do município de Balneário Pinhal).

Celso Oliveira & os Guitarreiros estão situados no Município de Balneário Pinhal.

Visite o site: www.celsooliveira.redeh.com.br

Contatos através dos fones:(51) 9225 3816 – 8544 5325 - 36823163



terça-feira, 30 de março de 2010

"FRALDÕES" PARA CAVALOS



A Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou o projeto do vereador Adeli Sell (PT) que obriga os cavalos a utilizarem bolsa coletora, já apelidada de “Fraldão”. Quem não utilizar o acessório será multado em cem Unidades Financeiras do Município (R$ 246,00).

Conforme o projeto, considera-se bolsa coletora todo e qualquer recipiente capaz de armazenar os excrementos, com higiene e segurança, até seu destino final.

Somente ficarão de fora da nova lei os cavalos de desfiles, onde os organizadores dos eventos serão responsáveis pela limpeza dos locais. Caso não o façam, serão multados. Os 90 cavalos do 4º Regimento de Polícia Montada também terão que utilizar a bolsa coletora.

Já tem gente reclamando contra a gauchada antes mesmo da Lei entrar em vigor: “Donos de alazões de pelo reluzente, que esbanjam saúde em desfiles, não serão mordidos”.

A pergunta que fica é a seguinte: Aquelas dezenas de pessoas, prendas e peões, que encilham seus fletes para dar uma volteada ali pela Zona Sul terão que utilizar o Fraldão?

RESULTADO DA ENQUETE

Terminada mais uma enquete em que o blog buscou opiniões sobre o tema musicalidade riograndense com a seguinte discussão: “Na sua opinião, nossa música nativa/gauchesca precisa:” e tendo como opções a) ficar como está b) renovar-se c) ser mais divulgada d) de mais festivais, o resultado foi o que segue:

a) ficar como está 00 votos
b) renovar-se 06 votos
c) ser mais divulgada 19 votos
d) de mais festivais 12 votos
TOTAL 37 votos

Um dado interessante é que a resposta a) ficar como está, não recebeu nenhum voto. Contudo, as pessoas interpretam que nossa música é boa, pois apenas 06 seis falam em renovação. Na realidade, o que a maioria pensa é que falta divulgação para os trabalhos existentes, embora muitos achem que, com mais festivais, esta divulgação seria automática.

Muito obrigado a todos que participaram

segunda-feira, 29 de março de 2010

AOS DESGARRADOS DO PAGO




Através da pioneira Sociedade Sul Riograndense, do Rio de Janeiro, nosso blog presta a mais cordial homenagem a todos os gaúchos de alma, nascidos em qualquer rincão brasileiro, por levarem nossas tradições a integrarem-se com outras culturas do país.

Em 08/11/1857, o Professor e filólogo Antônio Alvares Pereira Coruja, 1º Gramático do Brasil, nascido em Porto Alegre no dia 30/08/1806, junto com outros 24 gaúchos fundou a SOCIEDADE RIOGRANDENSE BENEFICENTE E HUMANITÁRIA, que visava reunir os gaúchos "de posse", residentes na Capital do Império, para ajudar os gaúchos "necessitados" no Rio de Janeiro, inclusive proporcionar os seus retornos à terra natal, e visava, ainda, nesse convívio de ricos e pobres gaúchos a exaltação do amor ao Rio Grande, pela sua gente, pela sua história e pela sua Tradição.

Na oportunidade da aprovação do 1º Estatuto da Sociedade, em 02/02/1858, foram agraciados com títulos honoríficos:

Dom Feliciano José Rodrigues Prates (1º Bispo do Rio Grande do Sul), o Marques de Caxias (Presidente do Conselho de Ministros e senador pelo Rio Grande do Sul), o Barão de Mauá, o Barão de Quararim (Pedro Fernandes Braga, senador pelo Rio Grande do Sul), os conselheiros de estado e senadores do Império, José Martins da Cruz Jobim e José de Araújo Ribeiro e o Ministro da Fazenda, Cândido Batista de Oliveira.

E tamanho foi o desenvolvimento da Sociedade na área da beneficência, do humanismo e da cultura, que teve os seus atos reconhecidos através do Decreto 2933, de 11/06/1862,assinado pelo Conselheiro de Estado, Presidente do Conselho de Ministros e Secretário de Estado dos Negócios do Império, o Exmo. Marques de Olinda e chancelado por Sua Majestade o Imperador Dom Pedro II, lhe concedendo a "Autorização de Atuação Beneficente e Humanitária".

Comemorando-se a data de Osório, 24 de maio de 1977, a diretoria da Sociedade decidiu proporcionar ao corpo social uma festa-churrasco na sua sede campestre.

Nesse ensejo, com o apoio dos associados presentes, ficou decidido pôr-se em prática, com maior vigor, o que já determinava o departamento social; fundar dentro da entidade um órgão destinado especialmente às tradições e ao folclore, nos moldes dos Centros de Tradições Gaúchas, que atuam em nosso Estado.

Os entusiastas da iniciativa, além do Presidente Augusto Leivas de Otero e do vice Pedro de Mallet Jobim, foram, em primeira linha, João Kessler Coelho de Souza, patrão honorário do CTG, Paulino Jacques e Mário Kroeff.

Por decisão conjunta da Diretoria e do Conselho Deliberativo, em 30/08/77 foi aprovado o Regimento Interno de criação do CTG Desgarrados do Pago sendo que a primeira Patronagem foi formada e empossada em 20/09/77.

Jornalodecasa@gmail.com

A todos os Centros de Tradições de além fronteiras do Rio Grande, que cultuam nossos costumes com igual ou até maior entusiasmo, o nosso eterno agradecimento.

“Este é o Brasil de Bombachas,
é a saga da raça guerreira,
nos fundões desta Pátria se acha
um gaúcho abrindo fronteiras”.

domingo, 28 de março de 2010

CEVANDO UM MATE COM GLÊNIO FAGUNDES



Glênio Cabral Portela Fagundes, crioulo do Cacequi, RS, casado com Maria Francisca Fagundes, pai de seis filhos, por sua sabedoria terrunha, por sua autenticidade, é destes gaúchos de se “lavar com um bochecho d’água” como ele mesmo diz.

Autor de três discos, um CD e do livro Cevando Mate, além de vários trabalhos editados em revistas e periódicos, sempre na área do crioulismo, Glênio, em 1952, foi um dos fundadores do grupo musical Os Teatinos, que permaneceu em atividade durante vinte e cinco anos, como um esteio de pau-ferro que não lasca com dentadas de potranca.

Talvez a pessoa que mais tenha participado como jurado pelos festivais do Rio Grande, Glênio, por longo tempo, vem conduzindo com maestria (agora ao lado da cantora Maria Luiza Benitez) o programa Galpão Nativo da Televisão Educativa do Estado.

Pois este pensador, este ícone da cultura sul-continentina é nosso convidado para dois dedos de prosa nesta manhã de domingo.

Blog- Estamos cevando um mate com um especialista no assunto. Com um cevador de mates. Isto é correto?

Glênio – Sim, pois ... não sou verde porque já sou maduro. Quanto ao especialista, todo o mateador terrunho se orgulha de saber cevar um mate.

Blog – Nos conte um pouco sobre sua tragetória dentro do tradicionalismo.

Glênio – Nasci na região da campanha, Mesopotânea Crioula, entre os Rios Ibicuí e Cacequi, local onde está enterrado meu umbigo. Dentro das nossas tradições de campo, se o filho fosse varão, o pai procurava um local onde houvesse tido uma batalha e enterrava ali o cordão umbilical do filho para que esse saísse um guerreiro. Se fosse menina, o cordão era enterrado no piso da cozinha,para que saísse uma dona de casa de mão cheia.

Continuando a prosa, eu e meu mano Paulo Fagundes passamos nossa infância no campo, vivenciando as lides campeiras, cursando as faculdades dos galpões.

Nosso primeiro instrumento foi uma cordeona de voz trocada. Aos quinze anos de idade, mais ou menos, por influência do Tio Jarbas Cabral, criador do conjunto Os Gaudérios, buscamos intimidade com a guitarra crioula.

Lembro que em uma destas viagens do Tio Jarbas a fronteira, na passagem pelo Cacequi, ele nos deixou um violãozinho tenor, quatro cordas, pouco maior que um cavaquinho. Ao regressar ficou muito decepcionado com os sobrinhos, pois a tampa do instrumento havia sido arrancada e nela havia um eixo com duas rodas... Lembro que foi a mais linda “carreta” que cobriu a geografia pampeana de nossa infância.

A nossa convivência musical foi sempre sem fronteiras. A presença da música pampeana era normal em nossa região. Como decorrência natural, procuramos um conhecimento maior não só da cultura de campo do nosso Estado, como dos atuais países do Mercosul.

Praticamos a cultura crioula no Galpão do Palácio Piratini durante dez anos.

Participamos de muitos espetáculos, painéis, conferências, palestras, júris de música nativa, elaboração de regulamentos de festivais, criação do Troféu da Linha Campeira, da Califórnia de Uruguaiana, estudos de guitarra com o professor Isaías Sávio, cursos de teoria e solfejo, curso de harmonia com o maestro Arnaldo Albuquerque...

Me encanta a arte da dança, desenho, escultura e pintura e todas essas manifestações dentro do gauchismo. Enfim, sou um produto do campo.

Blog – És um profundo conhecedor da língua guarani. Onde começou este conhecimento?

Glênio – Gostaria de ser um profundo conhecedor da minha gente guarani e falar fluentemente este idioma que é o “avá ñe-ë” (língua da gente). Na realidade, todos nós do Rio Grande do Sul falamos o avá ñe-ë ao empregarmos a toponímia guarani, quando pouco, ou quase nada sabemos destes topônimos tão nossos.

Sou um curioso, sim, a lamentar a não existência de um curso de introdução a língua da nação guaranítica. Minha curiosidade tem início com um “Lutier” da guitarra, Don Alberto Salmeron, criador da guitarra Salmeron, que falava fluentemente o avá ñe-ë. Bem mais tarde fiz um curso de introdução a língua guarani, que foi promovido pelo IGTF.

Blog – Você não tem coragem de “surrar” uma guitarra, ao contrário, faz carícias e, ao fazê-las, toca na alma de quem escuta. De onde vem esse telurismo?

Glênio – A guitarra tem sido o grande veículo de minha sensibilidade, por onde a natureza e os meus afetos se manifestam serenamente...

Minha mestra é a terra, onde a vida cresce em silêncio...



sábado, 27 de março de 2010

LUIZ MARENCO EM VERA CRUZ

Foto - Divulgação

Luiz Marenco e Orquestra de Teutônia unem o erudito e o nativista em Vera Cruz. Projeto Música em Movimento faz sua última apresentação neste domingo, 28, às 16h30, na Praça José Bonifácio.

O cantor nativista Luiz Marenco e a Orquestra Municipal de Teutônia encerram, neste domingo, a primeira edição do Projeto Música em Movimento, promovido pela Souza Cruz em parceria com as prefeituras municipais.

A união dos acordes e versos pampeanos com os eruditos naipes de metais se despede com a apresentação no município de Vera Cruz, às 16h30, na Praça José Bonifácio. Antes, os músicos percorreram os municípios de Barros Cassal, dia 14, com público de 2,5 mil pessoas, e Canguçu, dia 21, onde estiveram reunidas 4,5 mil pessoas.

A estrutura - palco e lonão de mil metros quadrados - começou a ser montada nesta quinta-feira, junto ao gramado da praça. "Esperamos que a comunidade vera-cruzense prestigie o evento e que possamos encerrar esta série de apresentações com chave de ouro", destaca o gerente territorial de Produção de Fumo, Vladimir Moura.

A comunidade de Vera Cruz, além de assistir gratuitamente a um espetáculo musical diferenciado, ainda poderá ajudar as famílias carentes do município. "Estamos convidando a todos, também, para um ato de solidariedade, com a doação de um quilo de alimento não perecível para as entidades assistenciais do município", enfatiza o gerente.

O show, conforme os organizadores, acontece com qualquer tempo, em virtude da ampla estrutura coberta que será montada. Além disso, a comunidade está convidada a levar a sua cadeira, já que um grande público é esperado para a ocasião. "Será uma atração para levar toda a família", pontua Moura.

ARTE NA PRAÇA - Antes do espetáculo que levará Luiz Marenco e a Orquestra Municipal de Teutônia ao palco montado na Praça José Bonifácio, o público poderá conferir o projeto Arte na Praça, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. O objetivo é promover a saúde, uma vida mais equilibrada e prazerosa. "Além da transmissão de valores através de atividades que contemplem aspectos artísticos, culturais e educativos", acrescenta a prefeita de Vera Cruz, Rosane Petry. A programação com diversas atrações, entre apresentações artísticas e culturais, se inicia a partir das 14 horas, junto à Praça.

A PURA CÊPA CRIOULA


José Cláudio Machado - Foto LRS

Na estampa do "Zé" Cláudio Machado, de gaita em punho, nosso blog, a partir deste 27 de março, começa a homenagear áqueles artistas que não dobraram a espinha para as modernidades musicais que visam botar num bau a canção autêntica do Rio Grande. Estes qüeras, que falaremos a partir de hoje, continuaram retos como água de açude e por isso levaram de nosso blog o título de "A Pura Cêpa Crioula".

Quando falamos em crioulismo, não queremos expressar sinônimo de apelação, de jocosidade. A música romântica riograndense sempre teve e continuará tendo seu espaço no coração dos gaúchos. Da mesma forma, a música festivaleira, pesquisada, bem trabalhada, terá sempre nossa admiração.

Eu me refiro.... Bem, vocês sabem a quem me refiro!

José Cláudio Machado nasceu em Tapes, RS, em 17 de novembro de 1948. Começou sua carreira de intérprete no antigo conjunto Tapes e consagrou-se para o grande público ao vencer a Califórnia da Canção Nativa de 1972 com a composição Pedro Guará, um clássico regionalista.

Participou como intérprete, em duas ocasiões, do conjunto Os Serranos. Na minha opinião, o melhor álbum do grupo foi "Isto é... Os Serranos", no final da década de 1980, muito se devendo a participação do José Cláudio.

Autor de canções consagradas como Pêlos, De Como Cantar um Flete, MIlonga Abaixo do Mau Tempo, Cantar Galponeiro e outras tantas, Zé Cláudio vai do tango cantado em espanhol a nossa música de raiz com a mesma desenvoltura.

José Cláudio Machado é considerado por muitos como o Melhor Intérprete Galponeiro de todos os tempos no Rio Grande, porque alia a estampa gaudéria e a irreverência dos bugres bolicheiros com uma voz de trovão, afinada e retumbante, que vai acordando as madrugadas campeiras.

sexta-feira, 26 de março de 2010

PORTO ALEGRE DOS GAUDÉRIOS

Hoje é aniversário de Porto Alegre. A ti, nossa cidade, muitos anos de vida!

Chafariz no Parque da Redenção - Foto LRS

Nesse dia não faltarão rádios, televisões, periódicos, contando da fundação e do povoamento desta Leal e Valorosa cidade. Seus pontos turísticos, seus restaurantes, shoppings, parques, e do mais belo por-do-sol que se tem notícia.

Contudo, nosso blog quer mostrar um outro lado da capital de todos os gaúchos: a Porto Alegre Gaudéria. Sim, pois aqui também andeja o gaúcho de bota e bombacha.

Começamos dizendo que foi na Ponte da Azenha, a 19 de setembro de 1835, com a invasão de Porto Alegre, que começou o mais longo embate entre patriotas brasileiros. A Guerra dos Farrapos, hoje motivo de orgulho e devoção de todos os riograndenses.

Também foi nas ladeiras deste glorioso reduto açoriano que nomes como Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros, Assis Brasil, Gaspar Martins, andejaram tramando revoltas onde irmãos contra irmãos, Maragatos contra Chimangos, pelearam como inimigos ferozes nas revoluções de 1893 e 1923.

Monumento a Júlio de Castilhos - Praça da Matriz - Foto LRS

Foi nas ruas de Porto Alegre que Paixão Côrtes e mais sete cavalarianos (num tempo em que era "proibido" um gaúcho sair pilchado na "cidade grande"), fizeram parte do cortejo reverenciando os restos mortais do General Farrapo David Canabarro, arrancando aplausos entusiásticos dos assistentes e começando, no Colégio Júlio de Castilhos, a Ronda Crioula, dando origem a Semana Farroupilha e a todo o Movimento Tradicionalista que hoje engloba mais de 2.000 Centros de Tradições em todo o mundo.

É junto ao aeroporto, numa das entradas da cidade, que está a Estátua do Laçador, do artista pelotense Antônio Caringi, escolhida pelos porto alegrenses como símbolo da capital e que, ao mesmo tempo, representa todo o povo gaúcho.

Na avenida Ipiranga, impávido e representativo, está o 35 CTG, primeiro centro de tradições fundado no Estado. Hoje, Porto Alegre é a cidade com o maior número de entidades tradicionalistas no sul do país, isto sem falar que abriga a sede do MTG.

Nos fins de semanas, quem andejar lá por Belém Velho, Belém Novo, no sul da cidade, sempre encontrará cavalgadas saindo das mais de 100 hospedarias de animais da região.

Em Porto Alegre residem centenas de artistas, poetas, grupos musicais gaúchos que, vindos do interior, escolheram a velha Porto dos Casais para morar.

E quando chega setembro? Deus nos guarde! O Parque da Harmonia se transforma num acampamento com mais de 900 ranchos de costaneiras entre os suntuosos edifícios da redondeza.

Acampamento Farroupilha - Foto LRS

O Desfile Temático e o de cavalarianos está inserido no calendário de eventos do município devido sua importância e grandiosidade.

Desfile do Dia 20 de Setembro - Foto LRS

E foi-se o tempo da chacota ao ver um taura de bombacha nas ruas acimentadas da capital. Agora, é por demais comum a gurizada mateando nos parques, de boina, alpargatas, e uma camiseta bordada com os escritos: Orgulho De Ser Gaúcho.

Esta é a Porto Alegre Gaudéria que hoje envelhece... Igual ao vinho!

quinta-feira, 25 de março de 2010

A FRENTE DO NOSSO TEMPO

Roubando a frase do meu amigo Edgar Paiva, digo que o artista Tadeu Martins é um homem com “espírito a frente do nosso tempo”.


Pórtico de São Miguel das Missões - obra de Tadeu Martins

Compositor, pesquisador, poeta, escultor, pintor.. Tadeu Martins se multiplica ao retratar em qualquer área artística os costumes do nosso pago. E o pior, digo, o melhor, é que faz tudo isso com maestria e perfeição. Os personagens do Tadeuzinho parecem querer pular das telas. As esculturas, se duvidarem, vão ganhar vida e sair andejando por aí. Seus poemas e composições nos transportam para dentro do papel. Mas, acima de tudo isso, está o ser humano Tadeu Martins. O Irmão!

Nascido em São Francisco de Assis, membro da Academia Santo Angelense de Letras, ocupa a cadeira 21 que tem como patrono nada menos que Aureliano de Figueiredo Pinto. A casa do Tadeu em Santo Ângelo é um verdadeiro memorial, contando a tinta e a espátula, a história do Rio Grande

Vencedor de vários festivais nativistas, jurado em outros tantos, como escritor possui sete obras editadas entre poesias, desenhos e crônicas. Como artista plástico realizou muitas exposições individuais e coletivas no Brasil e no Exterior. Escultor dos monumentos: Tio Bilia, Do Milho, Delta Luminoso e Pórtico de São Miguel das Missões.

Após lapidar tantas Pedras Brutas por aí, Tadeu Martins deveria ter sua estampa esculpida e eternizada a barro vermelho do chão das missões.

IMAGENS DO SUL



Este belíssimo flagrante é um trabalho do grande fotógrafo Eduardo Rocha, um mago na máquina de "retrato".

O gaúcho andarilho é o Piá do Itaqui, cantor Elton Saldanha, em uma de suas centenas de andanças pelos varzedos do Rio Grande.

Como também sou vaqueano, pelo estilo do capinzal, ouso opinar que a imagem foi colhida lá pelos campos de São José dos Ausentes, perto da fronteira-aberta com Santa Catarina.

quarta-feira, 24 de março de 2010

VISITINHA

ESMERALDA CANTA JOSÉ MENDES


Na foto acima os vencedores da Canção Mais Popular do Festival Esmeralda Canta José Mendes, ocorrido no último fim de semana. José Mendes nasceu em Lagoa Vermelha, criou-se pelos pagos de Vacaria, mas Esmeralda sempre teve um lugar especial no peito deste saudoso cantor.

A canção tem como título Gaúcho Seresteiro e foram seus autores o Dr João Manoel Sasso e Clóvis Mendes.

Músicos: Dudu Mendes- Gaita, Adamir Silva- Violão, Glênio Vieira- Violão, Luis R. Escobar- Contra Baixo, Interpretação de Clóvis Mendes

CLASSIFICADOS 19º RONCO DO BUGIO


Adelar Bertussi e Grupo - Festival Ronco do Bugio - Foto LRS

O Festival Ronco do Bugio, de São Franciscode Paula, em sua 19ª edição, acontecerá nos dias 28, 29 e 30 de maio, junto a Festa do Pinhão.

Músicas classificadas na triagem, por ordem de inscrição:

1. EMPUNHANDO A BANDEIRA
Paulo Moraes Trentin – Cristiano de Souza

2. O RIO GRANDE SEM BUGIO
Celino Leite

3. TEMPO BALDOSO
Tio Nanato – Zezinho Furquim

4. ESTRELA BUGIA
Eder Oliveira Cassoli – Leandro Berlesi

5. CANTIGA TERRUNHA DE INVERNIAS SERRANAS
Rodrigo Bueno – Mario Tressoldi

6. CAMPEIRO SERRANO
Airton Costa – Raul Quiroga

7. SINFONIA CAMPEIRA
Ramiro Amorim – Jones Andrei Vieira

8. COM O BUGIO NO CORAÇÃO
Chico Saga

9. NA TRAMA DO PALA
Ramiro Amorim – Vitor Amorim

10. INVERNO E SOLIDÃO
Tiago Sumani – Arison Martins

11. RELÍQUIAS DE UM MARAGATO
Eder Oliveira Cassoli – Ronaldo Moura

12. VOLTANDO PRA SERRA
Érlon Péricles

terça-feira, 23 de março de 2010

LUIZ MARENCO EM CANGUÇU

Show de Luiz Marenco e Orquestra de Teutônia reúne 4,5 mil pessoas em Canguçu


Foto: Pedro Longhi - Divulgação

A segunda edição do Projeto Música em Movimento, promovido pela Souza Cruz, reuniu mais de 4,5 mil pessoas na tarde do último domingo, 21, em Canguçu. O evento, realizado com apoio da Prefeitura, apresentou o cantor nativista Luiz Marenco e a Orquestra Municipal de Teutônia. "Estamos muito felizes ao receber um espetáculo desta magnitude", destacou o prefeito Cássio Mota.


O evento em Canguçu iniciou com a apresentação da dupla local Juliano e David. Em seguida, o gerente territorial Milton Gelain fez uma saudação em nome da Souza Cruz, destacando a importância da comunidade local para a empresa. "Temos aqui mais de 1,7 mil famílias integradas, além de oito funcionários", frisou. Ele também agradeceu a presença das autoridades, entre elas, a vice-prefeita Mariza Helena Eslabão e os deputados estaduais Pedro Pereira e Sandro Boka. "Além da presença, também temos que agradecer a solidariedade, pois arrecadamos mais de 700 quilos de alimentos, que serão distribuídos a projetos sociais do município", destacou Gelain.

A união da música clássica com a nativista, mais uma vez, foi muito bem aceita pelo público presente, que interagiu do início ao fim do espetáculo, com 1h20 de duração. O cantor Luiz Marenco abriu a apresentação, cantando cinco canções na companhia de Gustavo Teixeira (violão) e Aloísio Rockembach (gaita). Em seguida, a Orquestra Municipal de Teutônia subiu ao palco com seus 27 instrumentistas sob a regência do maestro Astor Dalferth. Na última parte do show, Marenco e a Orquestra se apresentam em conjunto, mostrando os grandes sucessos do cantor.


Foto: Pedro Longhi - Divulgação

A primeira edição do Projeto Música em Movimento aconteceu em Barros Cassal, no dia 14 de março, reunindo 2,5 mil pessoas. No próximo domingo, 28, será a vez do município de Vera Cruz receber a apresentação. O evento inicia às 16h30, na Praça José Bonifácio, com entrada franca. "Também estamos convidando a comunidade a ser solidária e doar um quilo de alimento não perecível, que será repassado a entidades locais", frisa o gerente de Assuntos Corporativos da Souza Cruz, Flávio Goulart. A mesma estrutura coberta de palco e lonão - com mil metros quadrados - será montada junto ao gramado da Praça. "Como esperamos um grande público também nesta edição, convidamos as pessoas para que levem a sua cadeira para assistir ao espetáculo, que sai com qualquer tempo", reforça Goulart.

Próximo evento acontece no domingo, dia 28, na Praça José Bonifácio, em Vera Cruz, com entrada franca

EM ESTÚDIO


Foto: LRS

Para alegria dos admiradores do grupo Os Mirins, um dos mais antigos e autênicos conjuntos da música regional gaúcha, seu grande líder Albino Manique, após longa data sem gravar, encontra-se novamente em estúdio preparando um novo CD que será lançado pela Gravadora Vertical.

Albino Manique, meu conterrâneo, é considerado um dos melhores gaiteiros deste Rio Grande. Para muitos, sua mão esquerda (baixos da gaita) é inigualável.

Criador das famosas "vaneirinhas" Albino veio ainda menino para a capital ao lado do seu grande amigo e parceiro musical Francisco de Romeu Castilhos, o Chico dos Mirins, que faleceu em 2003. Apresentavam-se em programas de rádio da época e, por sua tenra idade, foram apelidados de Os Mirins, nome que ficou até hoje. Dali saíram consagrados para uma carreira brilhante onde disputavam com Os Bertussi, também filhos de São Francisco de Paula, o título de maiores conjuntos de baile daqueles tempos.

Feliz retorno, Albino Manique.

segunda-feira, 22 de março de 2010

TRIAGEM DA 18ª SAPECADA DA CANÇÃO

1 - PETRIFICADO
Letra : Lisandro Amaral
Musica : Juliano Gomes
Ritmo : Chimarrita
Cidade : Bagé / Porto Alegre - RS

2 – PRA UM BUÇALZITO NO MÁS
Letra: Evair Suares Gomes
Musica: Juliano Gomes
Ritmo: Chamamé
Cidade: Santana do Livramento/ Porto Alegre - RS

3 – SOU EU O GAITEIRO
Letra: Otávio Severo
Musica: Edilberto Bérgamo
Ritmo: Chamamé
Cidade: Dom Pedrito/ São Gabriel - RS

4 – DO PASO AO RINCÃO DA RAIA
Letra: Diego Muller
Musica: Érlon Péricles
Ritmo: Queromana Tropeira
Cidade: Porto Alegre/ Canoas - RS

5 – TEMPO ESCRITO
Letra: Lisandro Amaral
Musica: Cristian Camargo
Ritmo: Milonga
Cidade: Bagé/ Candiota - RS

6 – ATÉ O FIM DOS MEUS DIAS
Letra: Eduardo Munõz e Helvio Luis Casalinho
Musica: Raineri Spohr
Ritmo: Milonga
Cidade: Pelotas - RS

7 – UM TANGO COM A LUA
Letra: Hélvio Luis Casalinho e Márcio Nunes Corrêa
Musica: Raineri Spohr
Ritmo: Tango
Cidade: Pelotas - RS

8 – CARTA À QUERÊNCIA
Letra: Xirú Antunes e Maurício Raupp Martins
Musica: Paulo Tim
Ritmo: Milonga
Cidade: Pelotas/ São Lourenço/Jaguarão - RS

9 – JESUS MARIA
Letra: Rui Carlos Ávila
Musica: Rui Carlos Ávila
Ritmo: Zamba
Cidade: Pelotas - RS

10 – SE UM DIA EU ME FOR
Letra: Gujo Teixeira
Musica: Jarí Terres e Everson Maré
Ritmo: Milonga
Cidade: Lavras do Sul/ Pelotas - RS

11 – UM TAL DE CRUZ CREDO
Letra: Elton Saldanha
Musica: Elton Saldanha
Ritmo: Milonga
Cidade: Porto Alegre -RS

12 – SANTO DA GAITA
Letra: Rogério Villagran
Musica: Rogério Villagran
Ritmo: Rasguido Doble
Cidade: São Gabriel - RS

13 – A LOS OJOS DEL RANCHO
Letra: Evair Gomes e Fernando Soares
Musica: Juliano Moreno
Ritmo: Zamba
Cidade: Santana do Livramento - RS

14 – RAIO GUACHO
Letra: Ramiro Amorim e Fábio Maciel
Musica: Índio Ribeiro
Ritmo: Milonga
Cidade: Lages/ Bagé/ Lages - SC

15 – PAMPA E FLOR
Letra: Gujo Teixeira
Musica: Roberto Borges
Ritmo: Milonga
Cidade: Pelotas - RS

16 – QUEM SABE NA CRUZ SEM NOME
Letra: Adriano Silva Alves
Musica: Marcelo Oliveira
Ritmo: Rasguido Doble
Cidade: Dom Pedrito/Gravataí - RS

17 – PÁ SALUDAR A MI PUEBLO
Letra: André Oliveira e Jarí Terres
Musica: Jarí Terres
Ritmo: Chacarera
Cidade: São Gabriel - RS

18 – MUDA DE TROPILHA
Letra: Eduardo Soares
Musica: Mauro Moraes
Ritmo: Chamamé
Cidade: Santana do Livramento/ Porto Alegre - RS

Participaram da triagem 405 composições na etapa nacional e 158 na etapa regional

NOSSA TERRA - SANTO ÂNGELO

Santo Ângelo faz parte dos chamados Sete Povos das Missões e suas origens remontam ao período espanhol, sendo parte dos povoados criados nos séculos XVII e XVIII por padres jesuítas espanhóis nos atuais territórios do Brasil, Argentina e Paraguai.

A redução de Santo Ângelo Custódio (ou Sant'Angel Custódio) foi fundada em 1706 pelo padre belga Diogo de Haze, da Companhia de Jesus. Acredita-se que, primeiramente a redução foi instalada nas proximidades da forqueta dos rios Ijuí e Ijuizinho. Em 1707teria sido transferida para o atual centro histórico da cidade.

A redução de Santo Ângelo Custódio foi consagrada ao Anjo Custódio das Missões, o protetor de todos os povos missioneiros, portanto era chamada também de Sant'Angel de la Guardia, como consta em alguns documentos espanhóis da época. Obteve grande desenvolvimento econômico e cultural, beirando os 8 mil habitantes no seu apogeu.

Destruída a partir de 1756 com a chamada Guerra Guaranítica, a região ficou abandonada por quase cem anos. Por volta de 1830 começaram a ser distribuídas sesmarias para paulistas, iniciando-se assim um repovoamento da região. Emancipada de Cruz Altas em 22 de março de 1873, Santo Ângelo possuía um vasto território, ultrapassando os 10 mil km² de área.

No final do século XIX, grandes levas de imigrantes chegaram à Santo Ângelo. Alemães, italianos, poloneses, russos, holandeses, letos, entre outros grupos vindos da Europa. Foi ponto de partida da Coluna Prestes, movimento que atravessou o país lutando por melhores condições sociais.

Durante o século XX, especialmente no período entre os anos de 1930 e 1979, a cidade apresentou enorme desenvolvimento econômico e industrial, vindo a possuir mais de 90 mil habitantes. Nos anos 80, diversas emancipações ocorreram, retalhando o território de Santo Ângelo e reduzindo-o a menos de 10% do território original. Além das emancipações uma quebra geral nas indústrias locais provocou uma grande emigração.

No final da década de 1990 a cidade começa um processo de 'ressurreição' vindo aumentar sua população e revitalizando seus investimentos.

No dia de hoje, a chamada Capital das Missões, ao completar seus 137 anos, encontra-se revitalizada e para comemorar tão significativo aniversário, após quatro anos de obras, a população de Santo Ângelo recebe um Centro Histórico de presente. O local onde funcionou uma redução jusuítico-guarani foi remodelado ganha ndo atrativos que relembram os 30 povos misssioneiros fundados pelos jesuítas na América do Sul como pórticos, esculturas, túneis, chafarizes, cruzes missioneiras, enfim um verdadeiro museu a céu aberto.

Um dia gostaria de entender porque a redução de Santo Ângelo Custódio, a última catedral a ser erguida, é a única com sua frente virada para o sul. Todas as outras seis reduções tem sua frente para o norte. Existe algum indicativo para isto?

domingo, 21 de março de 2010

NATUREZA E PAZ


Foto LRS

No dia em que o ser humano entender que a terra é seu verdadeiro lar; quando compreendermos que somos parte integrante da natureza e que com ela devemos viver em harmonia, encontraremos a paz.

Bem Vindos a nossa página regionalista, amigos e seguidores do Blog Natureza e Paz.

CAUSO DE GALPÃO - A REBARBINHA

Indiada Gaudéria! Como hoje é domingo, dia de não ter pressa, vamos contar um causo BEM de galpão que recolhi e adaptei entre tantas "estórias verídicas" contadas pelo vaqueano José Fonseca, nos pousos de nossas cavalgadas. Nos perdoem aqueles que acharem que o relatório é pesado demais, mas essas “descrições minuciosas”, assim como os causos de assombrações, as lendas, os mitos, faziam (e fazem) parte da vivência galponeira do gaúcho.

Até porque o riograndense é autocrítico, ri de si mesmo, de suas fanfarronadas, o que o torna um ser ainda mais genuíno. Total, dizem tanta besteira por aí....


A REBARBINHA

O Juvencião, ou Juvêncio Alcides do Amaral, é um gaúcho pachola que morava (não tenho notícias se ainda mora) ali na cabeceira do que resta de uma cancha reta de carreira que tinha entre Cambará do Sul e o distrito de Celulose, ou Ouro Verde, ou Cascata, para os mais antigos.

Ali, em tempos de antanho, aos domingos, o povo daquela bandas se reunia para os mais trepidantes embates entre os animais da região. As carreiradas.

Os “carreiristas” se vinham dos quatro horizontes e, junto deles, a piazada, as prendas, a rapaziada de todo o porte, visto que as disputas eram motivos de politicagens, de firmar namoros, de atar algum câmbio....

Por causa daqueles 700 metros de trilhos paralelos muitos estancieiros empobreceram e uns que outros morreram nas peleias de fim-de-tarde.

Juvencião, aproveitando a localização geográfica de seu rancho, montou um bolicho no costado da ráia e dali tirava quase todo seu sustento vendendo uma azulzinha que vinha de Maquiné e o pastel que a Chinoquinha, sua esposa, preparava e fritava em banha de porco. Acho que vem dali o ditado “vendendo mais que pastel em cancha de carreira”.

Pois o personagem em questão, o Juvencião, é o tipo do gaúcho serrano. Ao longo de seus 1,92 cm de altura se para, altivo, como uma araucária. Lenço maragato com nó republicano, bombacha de brim riscado que não tira nem pra dormir, botinha lageana com barbicacho e cano “foles-de-gaita”, um chapéu de copa alta com abas viradas para cima e na cintura um Schimit de cano longo sempre ao alcance da mão, além da inseparável faca coqueiro que o Juvencião usa para preparar um pito, espalitar os dentes, limpar as unhas, cortar carnes... Como o próprio apelido revela, o Juvencião é um homem grande, forte e gordo, que só sobe em balança de pesar porco.

Certa ocasião, após encerradas todas as pencas do domingo, na hora da borracheira, um dos gambás de plantão provocou a todos com uma aposta que só vendo para acreditar. Entre um elogio e outro ao Juvencião, bolicheiro capaz de aturar aquela indiada até altas horas, o Beto Laurindo, conhecido por não gostar de um banho, lascou:

- ... e digo mais ...ic... o Juvencião..ic... xiru véio de alma grande...ic.. é capaz de estercar numa só vez mais que .. ic.. quatro quilos de bosta! E quem duvidar e tiver coragem .. ic ... que ajunte seus pilas e me afronte!

Foi um alvoroço, pelo inusitado. Não sei se pra levar adiante o assunto ou por pura bebedeira, as provocações de jogo e as apostas começaram ali mesmo.

O Juvencião, que a cada trago que servia tomava um gole e já estava tropeando ganso, para lá e para cá de tão tonto, sentindo-se orgulhoso pelas referências, comprou a briga pelo Beto Laurindo afirmando:

- E bosteio mesmo!

A “carreira” foi atada para o domingo seguinte e o assunto tomou conta do rancherio. Nas budegas, nos galpões, nas prosas, era só o que se comentava.

Na manhã de domingo do trato, tinha mais gente na cancha do que quando vieram os vacarianos correr com o cavalo Ventania. Como choveu no dia da carreira a gauchada do Porteira do Rio Grande nem voltou pra Vacaria. Ficaram uma semana farreando até o primeiro domingo de sol.

Mas voltemos ao causo...

O Juvencião, no dia marcado, ali pelas 10 horas da manhã, começou a botar “sustância” no bucho. Doze ovos fritos, um pão de milho, um quilo e meio de torresmo, feijão mexido com batata doce .... e bóia e bóia.

O atrativo retirou o pessoal da beira da cancha que nem queria saber de matungada dando pata. As quatro da tarde, depois de arrematar com um pernil assado, meia panela de guisado com moranga e um cuscus com leite para sentar as lumbrigas, o Juvencião anunciou:

- Tô pronto!

Em seguida providenciaram uma lata de banha vazia, daquelas de cinco quilos, e se dirigiram, em comitiva, pros rumos da “cazinha”.

O Juvencião lá dentro, na maior calmaria do mundo e o povo lá fora esperando, num nervosismo só.

Após uns quarenta minutos, foram autorizados a recolher o material. Parecia uma procissão. O Beto Laurindo com a lata abarrotada de esterco no ombro, em direção a balança e os curiosos todos na volta. Foi aí que ouviu-se a voz do Juvencião gritando de dentro da patente.

- SE PRECISAREM, AINDA TEM UMA REBARBINHA!

sábado, 20 de março de 2010

MONUMENTOS - O BOMBEADOR


Monumento em homenagem ao Soldado Farroupilha, também conhecido como O Bombeador.

Esta bonita estátua esculpida em bronze por Antônio Caringi encontra-se na Praça Vinte de Setembro, na cidade de Pelotas, RS.

CRÔNICA - CARTEIRAÇO

Carteiraço, na linguagem popular, se refere ao uso da influência, do poder de alguém que utiliza seu cargo, sua posição, para fazer valer sua vontade sobre algum subordinado.

Em todas as camadas da sociedade, nas empresas públicas ou particulares é comum o uso do carteiraço. O que eu nunca tinha visto, é o carteiraço dentro da Igreja Católica.

Em Porto Alegre, participando de uma Missa Crioula em comemoração aos cinqüenta anos da Estância da Poesia, o Padre Paulo Aripe, natural de Uruguaiana e que veio a falecer no Alegrete, em 2008, que ministrava o culto, disse assim:
- Agora vamos rezar, de minha autoria, a Prece do Gaúcho.

Fiquei matutando, pois a Prece do Gaúcho é por demais conhecida no meio tradicionalista (Em nome do pai, do filho e do Espírito Santo, e com licença Patrão Celestial. Vou chegando enquanto cevo o amargo de minhas confidências porque, ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por outras invernadas...) e sempre soube que seu autor era o Bispo Don Felipe de Nadal.

Ao final da citada missa fui perguntar ao Padre Paulo Aripe sobre o assunto.
- O senhor disse que a Prece do Gaúcho é de sua autoria? Como assim?

- Fui eu que escrevi, respondeu-me. - Na época o Bispo Don Felipe de Nadal, pediu-me que fizesse uma poesia para integrar a igreja católica com o tradicionalismo que estava muito em evidência. Criei a Prece do Gaúcho.

- O Bispo gostou muito e disse-me que iria colocar o nome dele como autor pois eu era pouco conhecido e a oração/poema teria mais efeito perante todos se fosse assinada por um Bispo.

Este foi um “Consagrado" Carteiraço. Penso que as entidades deveriam rever a autoria da Prece do Gaúcho e dar os méritos para quem realmente merece: o Padre Paulo Aripe, o conhecido Potrilho!

sexta-feira, 19 de março de 2010

POETAS RIOGRANDENSES - VARGAS NETO

Como um sinal de respeito e admiração a Estância da Poesia Crioula, nossa Academia Xucra do Rio Grande, entidade cinqüentenária que congrega os poetas terrunhos deste pago e da qual tive a honra de ser Presidente, a partir de hoje estaremos contando, resumidamente, vida e obra das pessoas que cantaram, em forma de poemas, versos e prosas a história de nossa querência. Chamaremos estes poetas e poetisas de Estancieiros da Poesia.

1º ESTANCIEIRO DA POESIA – VARGAS NETTO

Manoel do Nascimento Vargas Netto nasceu em São Borja em 30 de janeiro de 1903. Advogado, Deputado Federal e Procurador do Estado do Rio de Janeiro. Durante oito anos foi Vice-Presidente do Comite Olímpico Brasileiro. Foi Presidente de Honra da Estância da Poesia Crioula e Membro Efetivo da Academia Riograndense de Letras. Foi considerado o Príncipe dos Poetas Tradicionalistas. Obras Principais: Tropilha Crioula – versos gauchescos. Joá – poemas. Gado Chucro – versos gauchescos. Tu – versos. General Vargas – resenha. Poemas Farrapos – álbum de poesias.

retrato de Vargas Netto pintado por Portinari - 1941

Versos de Vargas Netto

Você pensa que é mentira,
Mas eu lhe digo que não,
Ouvindo falar nos pagos
Sinto dor no coração.

Diz que não chora o gaúcho,
Pois eu lhe garanto agora,
Fale dos pagos distantes
Vamos ver se ele não chora.

Quando me lembro, la pucha,
Da china que deixei lá,
Sinto um repucho por dentro
Que nem sei o que será.

É como um tirão “de atrás”,
Quando se pega a carreira,
Dum sovéu de três ramais
Atado numa tronqueira.

Não há gaúcho mais qüera
Que não conheça o tirão,
Porque essa história é tão velha
Que tem a idade do chão.

IMAGENS DO SUL


espelho d'água - Rio Tainhas - foto LRS

CALENDÁRIO PROVISÓRIO DE FESTIVAIS - 2010

Com a fraterna colaboração do parceiro Rico, do IGTF, estamos publicando o calendário de festivais de 2010, com a observação de que o mesmo é provisório, pois os eventos dependem de aprovações de projetos, busca de patrocínios e boa vontade das Prefeituras respectivas.

Na época áurea dos festivais no Rio Grande do Sul chegamos ter a realização de quase 100 eventos ao ano. Esperamos que os projetos apresentados se concretizem, para o bem da nossa música gauchesca.

MARÇO

19 a 21 ESMERALDA CANTA JOSÉ MENDES – ESMERALDA
Inf. Daniel Busch e Ajadil Costa

26 A 28 CORUJA DA CANÇÃO - CAPÃO DA CANOA
Inf. Paulo de Freitas Mendonça fone: 9121 4270

25 a 28 CANTO MISSIONEIRO – SANTO ANGELO
Inf.: Leoveral Soares fone:(55) 3312 0100

ABRIL

16 a 18 GALPONEIRA - BAGÉ
Inf. - Liquinho e Rafael (53) 3242-9012 e 3242-6012

23 O RIO GRANDE CANTA O COOPERATIVISMO – ANTA GORDA
Lançamento do CD e DVD 3ª edição 2009.


MAIO

7 a 9 FESTIVAL CESAR PASSARINHO - CAXIAS DO SUL

14, 15 e 16 8º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA - SÃO PEDRO DO SUL
Inf. Paulo de Freitas Mendonça - 9121 4270


21 A 23 ÁGUA DA SANGA – SÃO JERONIMO
Inf. Tinho Almeida fone: (51) 9652 6305

27 a 30 CARIJO DA CANÇÃO GAÚCHA - PALMEIRA DAS MISSÕES
Inf.:(55) 3742-1583 e 3742-1583,

28 a 30 RONCO DO BUGIO - SÃO FRANCISCO DE PAULA
Inf.: Eron Sidnei França (SIDI) (54)3244-1602

28 a 30 TAFONA DA CANÇÃO – OSÓRIO

31/ 1º e 02/05 SAPECADA DA CANÇÃO NATIVA – LAGES/SC
Inf.: Carla Arruda f.: (49) 3224-7425

JUNHO

04 a 06 SEARA DA CANÇÃO GAÚCHA - CARAZINHO

25 a 27 RONDA DE SÃO PEDRO – SÃO BORJA
Inf.: Juliani fone(55) 3431 2797

JULHO

24 a 31 COXILHA NATIVISTA - CRUZ ALTA
Inf.: Alex Almeida fone (55)3322 6595.

AGOSTO

06 a 08 GUYANUBA DA CANÇÃO NATIVA

13 a 15 GRITO DO NATIVISMO GAÚCHO – JAGUARÍ
Inf.: Elimar Frasson fone (55)9622 3563

21 a 23 MOENDA DA CANÇÃO - SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA
Inf.: Carmem Monteiro (51) 3662-3808

27 a 29 VIGÍLIA DO CANTO GAÚCHO – CACHOEIRA DO SUL
Inf.: Vera Prade fone 51 3724 6025

SETEMBRO

04 e 05 1ª TARCA DA CANÇÃO - PELOTAS
Inf. Aline Ribas (53) 9142 6167


OUTUBRO

O RIO GRANDE CANTA O COOPERATIVISMO –
Inf. Zigomar ou Elisangela (51) 3323 0000

08 a 10 COXILHA NEGRA – BUTIÁ
Inf. Tinho Almeida fone: (51) 9652 6305

O RIO GRANDE CANTA O COOPERATIVISMO
Inf. Zigomar ou Elisangela (51) 3323 0000

22 a 24 ESCARAMUÇA DA CANÇÃO GAUDERIA – TRIUNFO
Inf. Srª Silvia Fone (51) 654-1223

NOVEMBRO

1ºa 06 ACORDE BRASILEIRO - PORTO ALEGRE
Inf. Luiz Carlos Contursi fone: (51) 3028 3683

05 a 07 PONCHE VERDE DA CANÇÃO - DOM PEDRITO
Inf.: Sergio Roberto (53) 9975 1633

13 e 14 CANDEEIRO DA CANÇÃO NATIVA – RESTINGA SECA
Inf.: (55) 3261 3200

19 a 21 CANTO SEM FRONTEIRA – BAGÉ
Inf.: Tiago Cesarino (53) 9104 0012

19 a 21 SINUELO DA CANÇÃO NATIVA – SÃO SEPÉ
Inf. Everaldo fone: (55) 9983 0871

26 a 28 CONVENÇÃO NATIVISTA – JULIO DE CASTILHOS
Inf. Dartagnan Portela fone: 55 32711327 e 99790949

DEZEMBRO

03, 04 e 05 CALIFÓRNIA - URUGUAIANA
Inf. Julio e Alemão (55) 9957 6307

10 a 12 LEVANTE DA CANÇÃO GAÚCHA - CAPÃO DO LEÃO
Inf. Hugo (53) 3275 1517

17 a 19 UM CANTO PARA MARTIN FIERRO – SANTANA DO LIVRAMENTO
Inf.: Sérgio Caslvet Couto 051 471.9127

Colaboração: Rico Bertoletti - Setor de Festivais IGTF

quinta-feira, 18 de março de 2010

OS MONARCAS



Não sei de vocês, mas em mim bateu uma vontade de arrastar as tamancas num trancão dos Monarcas.

Ando meio destreinado na dança e, para o mal dos pecados, com dor nas cadeiras, mas nada que um Emplasto Sabiá não amorteça e uma vaneira dos Monarcas não sirva de remédio.

Alô, alô, meu amigo Gildinho, um dos gaiteiros mais carismáticos desta terra gaúcha, onde vocês andam? Onde essas gaitas vão contar os segredos da lida e vida do Povo do Sul? Onde você e sua companheirada vão despejar gauchismo e simpatia? Se for na volteada, encilhamos o mouro!

22ª FESTA CAMPEIRA



A Festa Campeira do Rio Grande do Sul – FECARS, que antigamente chamava-se Festa Crioula do Rio Grande do Sul, aconteceu pela primeira vez em março de 1989, após apresentação e aprovação do ante-projeto na 26ª Convenção Tradicionalista na cidade de Júlio de Castilhos, em 1987, quando o MTG tinha por Presidente Zeno Dias Chaves.

Os maiores articuladores deste movimento que visava “unir os gaúchos campeiros para confraternizar e apurar seus campeões com representação dentro e fora do Estado, para competições desta natureza”, foram Frontelmo Alves Machado, Wilson Freitas, Cyro Dutra Ferreira, Bellaguarda de Menezes, João Rodrigues de Andrade e Oraci Lousada.

Os objetivos foram alcançados e hoje a Festa Campeira é um dos maiores eventos dentro do calendário do MTG.

Este ano, em sua 22ª edição, a Festa Campeira acontece, a partir de hoje até domingo, na cidade de Caxias do Sul, que neste ano comemora o centenário da chegada do trem, os 120 anos de emancipação e os 134 anos da imigração italiana.

No município serrano, pela primeira vez em pavilhões cobertos (parque da Festa da Uva inaugurado em fevereiro) em torno de 1,5 concorrentes estarão disputando as mais de 20 modalidades com destaque para doma e tiro de laço.

Além das provas campeiras, a programação inclui competições esportivas (bocha, jogo do osso, etc) Seminário Estadual de Prendas e Peões, Seminário de Cultura Campeira, escolha da Música Tema da Semana Farroupilha, além de espetáculos musicais.


Caxias do Sul, em 1877, no início da Colonização Italiana

quarta-feira, 17 de março de 2010

UM CHASQUE AOS QÜERAS

Voltando ao tempo antigo quando o rádio era instrumento que servia não só para entreter a gauchada, como também de “utilitário público” onde se mandavam recados do povo a quem estivesse escutando naqueles fundos de campo, quero aproveitar a modernidade do blog e mandar um chasque aos Qüeras – gaita, trago e parceria, lá de Passo Fundo. Fazem parte desta confraria gaudéria os grandes compositores Dr. Flori Wegher, o Glênio Vieira e o Gláucio Lemos Vieira. Um quebra-costelas, indiada.

Mas falando em rádio, esta foi escrita pelo grande Rubens Wagner no livro Histórias do Rádio Heróico:

Enio Lantiere, locutor da Rádio Farroupilha, estava ao microfone, lendo textos comerciais, quando verificou que havia um convite para enterro que deveria ter sido lido 5 vezes, mas com apenas 4 assinaladas.

Prestimoso, leu a notícia:

“Convite para enterro. A família do sempre lembrado, fulano de tal, ontem falecido, convida aos amigos e parentes para os atos fúnebres, saindo o féretro da Rua Marcílio Dias, para o Cemitério João XXIII, hoje, às 16 horas”

Terminada a leitura, olhou no relógio e verificou que era exatamente 16 horas. Então, acrescentou:

“Se o amigo ouvinte apurar um pouco, ainda pega o defunto na Lomba ... “

1ª MOSTRA CHÃO FARRAPO DA CULTURA GAÚCHA



A 1ª. MOSTRA CHÃO FARRAPO DA CULTURA GAÚCHA – Música e Dança é uma iniciativa da A.C.R.D. Cabaña dos Cavaleiros da Noite, que tem João Severo de Lima Junior como Presidente (fone: 47 9971 2000) e PROGRAMA CHÃO FARRAPO e contemplará a música expressa através dos versos e das danças gaúchas, que venham a reproduzir a essência das raízes culturais da Região Sul, incentivando, inclusive, as gerações futuras a manifestarem seus anseios, apoiando músicos e artistas que desenvolvem suas atividades culturais, fazendo de suas obras a alegria e o enriquecimento de nosso povo.

“Ao realizarmos uma Mostra como esta, estamos preservando a originalidade dos eventos culturais que acontecem em nossa Região Sul. É a história de nosso povo contada nos versos dos compositores e nos passos mágicos de nossa dança de raiz, através disso, criam-se oportunidades aos mesmos de apresentarem seus trabalhos por meio de intérpretes profissionais ou mesmo amadores, dando incentivo as novas gerações e garantindo a manutenção desta veia cultural que divulga a essência das raízes de nossa Tradição Gaúcha. Estaremos igualmente preparando o terreno, assim como fomentando a vinda do tão esperado festival de música e dança de nossa Tradição, que em breve deverá ser realidade” explicam os organizadores.

O prestígio de nomes consagrados como o de Cristiano Quevedo, Luiz
Bastos, Cássia Abreu, Osmar Fernandes, Ricardo Porto , Os Pacholas, Pátria Sulina, Ronda Índia, estará se entreverando com nomes não menos importantes que vêm despontando pelo talento com que se apresentam no meio tradicionalista, esbanjando beleza e competência num dos melhores palcos dedicados a Cultura do Sul.

O Local da Mostra será o Parque de eventos do CTG Chaparral, em Joinville, localizado na estrada do Ribeirão do Cubatão, Pirabeiraba, que abrirá suas portas para receber mais esse evento cultural.

A data reservada para as festividades será nos dias 23 e 24 do mês de Abril de 2010, quando também o CTG Chaparral editará seu 34º Rodeio Crioulo Nacional.

7ª GALPONEIRA DE BAGÉ


Premiados na 6ª Galponeira - Foto: Prefeitura Municipal de Bagé

A 7ª Galponeira é um festival de composições inéditas que abrange a linha nativa e campeira com o objetivo de valorizar a música nativista gaúcha em todas linhas gêneros estilos e influências, promovendo a integração entre autores, compositores, cantores, músicos, musicistas, estudiosos, tradicionalistas, críticos e poetas no aperfeiçoamento da música do Rio Grande do Sul, despertando o interesse dos compositores para temas regionais, descobrindo novos rumos para a música, divulgando o nome de Bagé a nível regional-estadual, promovendo o intercâmbio musical no âmbito estadual.

O festival será realizado dias 16, 17 e 18 de abril de 2010 e as inscrições encerram-se no dia 31 de março de 2010..

A fase local destina-se exclusivamente a músicos e compositores bajeenses natos ou residentes há mais de um ano na cidade.

As inscrições são gratuitas, e cada concorrente poderá inscrever número ilimitado de composições de sua autoria ou em parceria, sendo que, serão classificadas no máximo duas composições por autor .

As composições deverão ser remetidas individualmente em CD, devidamente identificadas para a Coordenadoria do Parque do Gaúcho – R: General Osório, 2000, CEP 96400-101, Bagé/RS ou Secretaria de Cultura – Tupi Silveira 1436, 96400-110, Bagé/RS acompanhadas de seis cópias, contendo o nome da composição o gênero e com a respectiva ficha de inscrição preenchida.

A comissão de seleção e triagem selecionará 18 composições, sendo 08 composições na fase municipal e 10 composições na fase geral. Classificam-se para a final 12 composições.

As composições classificadas na Fase Geral receberão uma ajuda de custo de R$ 800,00 (oitocentos reais). E as composições classificadas na fase local receberão ajuda de custo no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais)

Pela participação no CD a música classificada recebe R$ 200,00 (duzentos reais) que será pago somente após a gravação da música na final do festival.

A premiação instituída é a seguinte:

a ) 1° Lugar: R$ 3.000,00 + troféu
b) 2° Lugar: R$ 2.000,00 + troféu
c) 3° Lugar: R$ 1.000,00 + troféu
d) Música mais popular: R$ 500,00 + troféu
e) Melhor intérprete: Troféu
f) Melhor letra: Troféu
g) Melhor instrumentista: Troféu
h) Melhor arranjo:Troféu
i) Melhor melodia: Troféu

Não será fornecido alojamento ou alimentação aos participantes.

terça-feira, 16 de março de 2010

VENCEDORES 26º REPONTE

1º Lugar Linha Livre
Essas Casas (Pelotas/ Porto Alegre) Toada
Letra: Álvaro Barcellos
Música: Marco Aurelio Vasconcellos

2º Lugar Linha Livre
Navio Negreiro (Tramandai) Afro
Letra: Chico Saga
Música: Mário Tressoldi e Nilton Junior

1º Lugar Linha Campeira
Os Meus Oveiros Andantes (Bagé) Milonga
Letra: Lisandro Amaral
Música: Lisandro Amaral e Guilherme Collares

2º Lugar Linha Campeira
Seu Espinho e Flor de Tuna (Uma Fábula de Amor no Campo) Toada
(Lavras do Sul/ Candiota)
Letra: Gujo Teixeira
Música: Cristian Camargo

Melhor Poesia Linha Livre
Navio Negreiro (Tramandai) Afro
Letra: Chico Saga
Música: Mário Tressoldi e Nilton Junior

Melhor Poesia Linha Campeira
Seu Espinho e Flor de Tuna (Uma Fábula de Amor no Campo) Toada
(Lavras do Sul/ Candiota)
Letra: Gujo Teixeira
Música: Cristian Camargo

Melhor Melodia
Os Meus Oveiros Andantes (Bagé) Milonga
Letra: Lisandro Amaral
Música: Lisandro Amaral e Guilherme Collares

Melhor Arranjo Instrumental
Os Meus Oveiros Andantes (Bagé) Milonga
Letra: Lisandro Amaral
Música: Lisandro Amaral e Guilherme Collares

Melhor Intérprete
Robledo Martins (Ponto Final de Ser Ausente)

Melhor Instrumentista
Guilherme Collares (Os Meus Oveiros Andantes)

Mais Popular
Tropeiro das Águas (Camaquã) Chamarrita
Letra/ Música: Celino Leite

ENQUETE - CAVALGADA DO MAR


Foto: LRS

Terminou hoje a enquete em que o blog fazia a pergunta: Você acha que a cavalgada do mar deve continuar? As respostas sugeridas eram: a)Sim b)Não c)Sim,em outra data d)Sim,de outra forma.

54 leitores participaram, sendo que o programa aceita apenas um voto por computador. Aqui o blog deve se penitenciar, pois houve falta de informações. Muitos visitantes da página, principalmente de fora do Estado, não sabiam do que se tratava (protestos, morte de cavalos e tudo o mais).

Os votos foram os seguintes:
a) Sim 14
b) Não 06
c) Sim, em outra data 06
d) Sim, de outra forma 28

Como podemos observar, a maioria dos participantes não quer que a Cavalgada do Mar termine, mas que seja realizada de outra maneira.

Muitos, através do chasque, mandaram mensagens de sugestões e, mesmo, de reclamações.
Entre estas, os questionamentos que aparecem em maior número são os seguintes:

1.O que é feito dos patrocínios da cavalgada? Não há uma prestação de contas!

2.Por que não repassar a organização da cavalgada para uma Região Tradicionalista do Litoral? Quem tem voz ativa na desconhecida “Associação Cavalgada do Mar” é apenas uma pessoa.

3.Porque o carro de som não divulga fatos históricos do roteiro (como sugeriu Paixão Côrtes) em vez de tocar, durante cinco dias, a mesma música exaltando o coordenador da cavalgada?

4.Como pode o representante dos cavalarianos responder a imprensa que “cavalo deve ser tratado como mulher, se não leva guampa”? Quem lidera um evento deste porte tem que medir o que diz para não comprometer a todos os participantes.

Agora a opinião do Blog.

A Cavalgada do Mar sofre de um grave defeito ao primar pela quantidade em detrimento da qualidade. Além do desconforto natural devido a fraca estrutura para todos, fica difícil, para não dizer impossível, para qualquer coordenação, controlar os excessos. É comum, no coice da cavalgada, no final da tropa, ver gente sem camisa, outros galanteadores dando cantada em banhistas, arrojando cavalo entre os guarda-sóis... Isto denigre a imagem de todo o cortejo que, na realidade, é um episódio bonito.

Achamos, como a maioria das pessoas, que o momento é de reflexão sobre o assunto e que a Cavalgada do Mar realmente precisa ser repensada. Contudo, muita coisa foi dita, pelos dois lados, com grandes impropriedades. Ex: Não é de responsabilidade da coordenação examinar cavalo por cavalo. Isto não existe. Quem participa de cavalgadas sabe que cada ginete é responsável por sua montaria. O cavalo pode estar bonito, reluzente, mas não estar delgaçado (preparado para a cavalgada). Quem sabe desta situação é somente o proprietário.

Pensamos, também, que as instituições protetoras de animais aproveitaram a visibilidade do evento e exageraram nos protestos. Não vejo a mesma determinação em relação aos cavalos de carroças magros, raquíticos, sofrendo maus tratos pelas ruas da cidade aos olhos de todos.


Foto: LRS

Entendemos que a Cavalgada do Mar é um evento singular, entretanto, quem está na areia da praia, nota uma certa insatisfação em grande parte dos banhistas que acham que aquilo não é hora nem local para tal desfile. É um contraditório que tem que ser respeitado.

Das mesma forma, o que disse um tradicionalista conhecido, que já participou da cavalgada, de que os dejetos dos animais são consumidos pelo mar em uma hora, também é inconcebível. Quem vai querer banhar-se junto a esterco? A retirada dos estrumes tem que ser feita, sim, e muito bem feita.

Como o assunto é polêmico e recebemos dezenas de manifestações contra e a favor, vamos postar dois depoimentos importantes.

O Primeiro é de alguém que participa da cavalgada pela primeira vez, sem os vícios de jornadas anteriores. Paulo Cremer dos Reis, que ao mesmo tempo, respondeu a um e-mail que circulou por aí intitulado Tempo de Matar Cavalos.

O segundo depoimento é do vereador de Porto Alegre Bernardino Vendruscolo, legislador, tradicionalista, que seguidamente apresenta projetos em prol de nossa cultura.

1º Chasque

Meus Irmãos de todas as querências,

Respondo somente hoje este e-mail (é tempo de matar cavalos) pois chegamos este final de semana da Cavalgada do Mar.

O Grupo Tradicionalista-Piquete Fraternidade Gaúcha, do qual faço parte, respeita a opinião de todos e defende o direito de serem expressadas.

Contudo, dizer que "é tempo de matar cavalos", creio que, além de ser uma frase muito forte, é generalização.

Mata cavalo aquele participante que não conhece ou ultrapassa os limites do seu animal, ou não o preparou adequadamente.

Como participante da Cavalgada, do meu ponto de vista, creio que algumas coisas deveriam ser modificadas na sua organização, principalmente com relação aos trajetos e estrutura oferecida quando das paradas (a coisa é tipo bicho), por vezes a cavalgada torna-se algo complicado, o que seria prazer e paixão pela tradição, transforma-se em superação de limites (salvo aqueles que possuem um apoio patrocinado ou com "bala na agulha" para bancar), isso vale para cavalos e cavaleiros.

A continuar da forma que está, creio que será o início do fim. Verifica-se isso pela quantidade de participantes que abandonam a cavalgada durante o percurso (isso ninguém menciona). Dizem que a cavalgada começa com 3.000 (?), na chegada creio que havia menos de 1/3 do número inicial. Em Arroio do Sal a debandada é grande.

A verdade é que a cada ano cresce o número de pessoas contrárias a cavalgada, fazendo com que a rejeição siga a galope!

Isso merece uma boa reflexão por parte dos organizadores, talvez ainda exista tempo para corrigirem os problemas, mesmo que tardiamente, pois estamos na 26ª edição.

Paulo Ricardo Cremer dos Reis - Capataz
Grupo Tradicionalista - Piquete Fraternidade Gaúcha - GORGS


2º Chasque

Cavalo não é automóvel

O gaúcho tem sua figura ligada ao cavalo, está no consciente humano universal, independe da vontade de quem discorda, basta conhecer a história gaúcha para aceitar esta condição. Porém, para que haja perfeita sintonia, tanto o homem como o cavalo deve ser domado, cada um a sua maneira. O cavalo não nasce para ser de pronto montado, ele precisa ser domado.

No meu tempo de guri, lá na minha Irai-RS, falar em domar era o mesmo que dizer “quebrar queixo”. Hoje, o animal é amansado e preparado de forma diferente, com menos violência. Por outro lado, o homem também deve ser, em outras palavras domado, ou seja preparado para a montaria. O homem do campo já traz ou formou pela vivência a sua doma. Mas, o homem urbano está mais ligado ao automóvel, que quando para, desliga e pronto!

Para melhor externar os cuidados que o cavaleiro deve tomar com seu animal, devemos rebuscar nosso passado no quartel de cavalaria, ao final das cavalgadas os soldados deveriam cuidar primeiro de seus animais, o homem ficava relegado ao 2º plano.
Considerando o evento da Cavalgada do Mar, me sinto no dever de sair em defesa do Comandante Vilmar Romera e de seus companheiros. Não podemos dizer que não lamentamos os óbitos dos animais, agora não se pode querer sentenciar o fim de um evento, hoje reconhecido e admirado no mundo, por incidentes isolados, se considerarmos sua grandeza.

Fatos negativos podem ser consertados, afinal também não é a primeira vez que ocorrem acidentes, já tivemos inclusive perdas humanas. O fato da imprensa dar grande destaque para o ocorrido servirá positivamente para o engrandecimento do conhecimento histórico. Com certeza o Comando, não só da Cavalgada do Mar, mas também de outros eventos, como Cavaleiros Farroupilhas, Cavaleiros da Paz, e tantos mais que poderíamos citar...

Pontos que entendo que devam ser reavaliados:
1º) A distância percorrida diariamente deverá levar em conta a temperatura do dia;
2º) A distância percorrida diariamente dependerá também das condições físicas do animal;
3º) O terreno a ser percorrido deverá ser levado em conta (por exemplo, a areia cansa mais);
4º) Adotar o sistema que a Cavalaria do Exército utilizava, onde Sargentos e Cabos acompanhavam na retaguarda e flancos para cuidar da disciplina dos exibidos, não deixando que os animais comessem ou bebessem qualquer coisa, com exceção dos bebedouros pré estabelecidos;
5º) Estipular que para cada número determinado de cavalos participantes, seja disponibilizado um veterinário para examiná-los, em razão de que muitos são animais que vivem confinados, obesos e sem preparo físico.
6º) Quanto ao aproveitamento melhor dos eventos, sugerimos que ocorram atividades que contem a história do mesmo, ministradas por técnicos direcionados apenas para este trabalho, nos vilarejos e cidades pelos quais a cavalgada passar;
7º) Os dejetos deixados pelos animais na praia deverão ser imediatamente recolhidos para evitar o desconforto dos veranistas.
8) Não dar destaques exagerados as autoridades políticas, evitando com isto que os adversários descarreguem em evento tão importante as suas divergências
Jamais podemos aceitar a idéia de terminar com evento de tamanha grandeza como a Cavalgada do Mar, por fatos graves e lamentáveis sim, mas que podem ser consertados.
Salve os cavalarianos que tombaram em defesa do respeito, da honra, da liberdade e da Pátria.

Salve os cavalarianos que mantém vivo as façanhas de outrora!

Bernardino Vendruscolo
Vereador – PMDB

segunda-feira, 15 de março de 2010

GALPÃO CRIOULO

O Galpão Crioulo que foi ao ar neste domingo, dia 14, pela RBS TV, e reprisado pela TV COM, foi um dos mais belos já apresentados na longa trajetória deste gauchesco entretenimento.

O mote do programa foi uma homenagem ao cantor Jader Moreci Teixeira, o Leonardo, recentemente falecido.

O resgate de imagens, os depoimentos de pessoas que conviveram mais proximamente ao criador de Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, deram um toque emotivo e reverencial a nossa manhã dominical.

Estão de parabéns a produção, os apresentadores e todos que participaram direta ou indiretamente deste inesquecível Galpão Crioulo.

Este é um trabalho que, em vista da qualidade apresentada, deve ficar nos anais da emissora para servir de informações e pesquisas ás futuras gerações sobre vultos que fizeram a história da arte musical no Rio Grande.

O MATEADOR

O gaúcho mateando ao pé-do-fogo na foto postada no dia 13 é o grande poeta, escritor e compositor Apparício da Silva Rillo. As pessoas que acertaram a pergunta receberão o livro de poesias ainda esta semana.

MIL GRACIAS

Mil Gracias pelos Mil acessos que o Blog teve em menos de duas semanas de atividade.

Nosso objetivo está sendo atingido. A preservação de nossa cultura tradicional gaúcha como um todo. Com autenticidade, com humor, com história, com música e poesia, enfim, com toda a espécie de atividade campeira e artística do nosso pago.

Se houvesse uma pessoa acessando nosso blog, o trabalho já teria valido a pena. Como os mais de mil acessos provam que há centenas, nossa responsabilidade aumenta. Mas não vamos "frouxar" o garrão!

domingo, 14 de março de 2010

"HOJE É DOMINGO...

... já encilhei meu estradeiro, já botei água de cheiro, não me falta quase nada. Saio ao tranquito no meu trajinho sem luxo pois assim faz um gaúcho que vai ver sua namorada".


pintura a óleo do artista Vasco Machado

Hoje é domingo. Dia de dar uma folguita aos encargos, cevar o mate um pouco mais tarde, tirar uma prosa fraterna com a companheira, aquela prosa que a labuta do dia-a-dia não permite, preparar um costilhar, ou mesmo uma polenta cortada a fio-de-linha, mas que sirva de pretexto para um almoço em família.

Hoje é domingo, dia de ir ao bolicho rever os amigos, pois amigo é coisa muito importante. Bater um truco, ouvir um ponteado de violão, saber das novidades do mundo...

Hoje é domingo, beije seus filhos, lembre de seus pais, visite um amigo, e se você não tem família, se os seus amigos se foram, então converse com Deus, seja ele quem sua crença lhe apresentar. Uma energia, um velhinho de barba branca... Segure em sua mão e você não estará sozinho.

Um bom domingo a todos.

sábado, 13 de março de 2010

RONCO DO BUGIU

Gentilmente, recebemos informações da Secretaria de Turismo Industria e Comércio de São Francisco de Paula de que o 19º Ronco do Bugiu acontecerá no último fim de semana de maio, juntamente com os festejos da 14ª Festa do Pinhão.


Foto: LRS

O Festival Ronco do Bugiu (que até já escrevi um livro sobre as 15 primeiras edições) é um evento diferenciado. É o único festival no Rio Grande onde existe a obrigatoriedade do rítmo musical ser o mesmo para todos os concorrentes, o Bugiu.

Tal iniciativa tem por objetivo, além de chamar a atenção para o primata hoje quase em extinsão, preservar e difundir o único rítmo genuinamente gaúcho.

Segundo historiadores tal cadência musical surgiu justamente em São Francisco de Paula, ali pelos pagos do Juá, onde o gaiteiro Virgílio Leitão resolveu imitar, no jogo-de-foles de sua gaita, o ronco do macaco nos galhos dos pinheirais.

Estas teorias geram muitas controvérsias, pois todo mundo quer ser o pai da criação.

A verdade, é que foram dois filhos de São Francisco de Paula, os inigualáveis e inesquecíveis Irmãos Bertussi, os primeiros a gravarem um bugio. "Casamento da Doralice" é o título da composição encravada para sempre no longa duração Coração Gaúcho.

Me convidaram para compor o corpo de jurados. Lá estarei com muita honra, Sidi e Mariane.

NO BOLICHO DO "CUMPADRE"

QUEM É O MATEADOR?



Você sabe quem é o gaúcho cevando um mate a beira do fogo? Então responda. Os primeiros cinco que acertarem receberão, no seu rancho, um livro de poesias.

sexta-feira, 12 de março de 2010

MÚSICA EM MOVIMENTO

Luiz Marenco e Orquestra de Teutônia percorrem a região de Barros Cassal, Canguçu e Vera Cruz, no Projeto Música em Movimento.

O Projeto Música em Movimento é um dos investimentos culturais da Souza Cruz para o ano de 2010 no Rio Grande do Sul. A iniciativa levará, durante o mês de março, atrações musicais de renome nacional às comunidades rurais dos municípios de Barros Cassal, Canguçu e Vera Cruz. As apresentações, que acontecem nos dias 14, 21 e 28, respectivamente, levarão ao público um dos expoentes da música tradicionalista gaúcha, Luiz Marenco, e a Orquestra Municipal de Teutônia. "Todas as apresentações serão realizadas em locais públicos, com entrada franca", destaca o gerente de Assuntos Corporativos da Souza Cruz, Flávio Goulart.

Seguindo a trilha de sucesso do Projeto Música no Parque - que leva apresentações musicais ao Parque Ambiental da unidade da empresa em Santa Cruz do Sul -, a Souza Cruz investe este ano no Música em Movimento. O projeto tem o objetivo de, além de levar a arte musical ao interior, promover atrações culturais diferenciadas nas comunidades em que a empresa está inserida. "E também é uma maneira de valorizar a cultura musical gaúcha", frisa Goulart. Para ele, a iniciativa vai ao encontro da comunidade; pois une em uma mesma apresentação, o popular e o clássico. "Serão shows que certamente ficarão marcados nas comunidades", aposta ele.

DOBRADINHA - Pela primeira vez reunidos, Luiz Marenco & Orquestra Municipal de Teutônia prometem um espetáculo diferenciado. Marenco tem como referências Jayme Caetano Braun, Noel Guarany e João de Almeida Neto, além do uruguaio Alfredo Zitarosa. Já a Orquestra, com quatro trabalhos gravados em CD, cujo modelo reside nas big bands, com naipes de palhetas, metais, harmonia e percussão tem no currículo diversas turnês pela Europa e Brasil. A Orquestra, dirigida pelo maestro Astor Jair Dalferth há 21 anos, conta com 27 músicos.


Foto: Léo Wiebusch - Divulgação

DON JAYME. EXPLIQUE PRA NÓS EM VERSOS...

... O QUE É FIADOR?

É a parte do buçal
sob o queixo do cavalo,
ali bem junto ao gargalo
do pingo ou do redomão.
É onde se leva a mão
e firma ao montar, prudente,
flete novo, geralmente,
exige essa precaução.

... O QUE É MOURO?

Mouro é pêlo de animal
do cinza pro azulado,
preto no branco, mesclado,
predominando o escuro.
Dá muito no pêlo-duro
nos cavalos, vaca e touro.
Muitos preferem o Mouro
pingaço bueno no apuro.

... O QUE É GUACHO?

É tudo que é sozinho,
gente, animal, objeto,
o pária que não tem teto,
o terneirinho, o potrilho,
o palanque, o pé-de-milho
em meio a roça, solito,
até a D’Alva no infinito
é Guacha esparzindo brilho.


... O QUE É CRIOULO?

Crioulo, pra nós gaúchos,
quer dizer originário
“É crioulo de Rosário,
de São Borja ou Viamão".
Crioulo deste Rincão,
das Missões, Fronteira ou Serra.
Crioulo é o filho da terra
e crioula é a Tradição.

QUEM É MAIS BURRO?


Foto: LRS

Há quem aprenda só debaixo do mau tempo, mas não acredito que a grito, espora e mango, se faça do animal um parceiro de verdade.

Por isso, quando o Eduardo Cimirro me conta da doma racional eu lhe digo:

- Aí é que me refiro!

quinta-feira, 11 de março de 2010

OS CAMPOS NEUTRAIS


Arroio Chui - divisa Brasil/Uruguai - ficava nos Campos Neutrais - RAR

Enquanto Portugal e Espanha disputavam entre si o domínio da América do Sul, erguendo fortificações e derramando sangue pela posse do Prata, da Cisplatina e dos Sete Povos das Missões, surgia no extremo sul do Brasil a “Terra de Ninguém”. Um lugar que devido a sua geografia, dificultava o deslocamento de exércitos e o povoamento.

Assim, ficou de fora da disputa e foi denominada “Campos Neutrais”, pelo Tratado de Ildefonso assinado em 11 de março de 1777, entre Portugal e Espanha,mediado pelo papa, buscando a pacificação e evitando um confronto direto entre os colonizadores portugueses e espanhóis.

Campos Neutrais – “Terra de Ninguém”, terra sem dono, terra de qualquer um, terra de todos, uma área que vai da cidade de Rio Grande até o Chuí, uma extensa área que fica entre as lagoas Mirim, Mangueira e o Oceano Atlântico.

Apesar do tratado, com a criação da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul,foram concedidas sesmarias a oficiais do exército português dentro dos Campos Neutrais.

Passou o tempo e as guerras ficaram para trás. Marcaram-se as fronteiras e os lugares viraram cidades: Santa Vitória do Palmar, Chuí e Chuy

26º REPONTE

Começa hoje, e vai até domingo, o 26º Reponte da Canção de São Lourenço do Sul.

É um festival diferenciado pela geografia do lugar e pela receptividade do povo lourenciano. O evento ocorre num palco campeiro encravado dentro da Lagoa, num ambiente de muita música, areia, e o vento batendo no arvoredo...

Outra característica do Reponte, é que o festival não dá prêmios em dinheiro. Divide os valores entre os 16 classificados, originando uma ajuda de custo das buenas. Sucesso aos organizadores.

CAUSO DE GALPÃO - ERA UM SABUGO


Jarbas Pessano, o conhecido “Binha” dos meios tradicionalistas do Estado, além de excelente cozinheiro de acampamento (e de salões), executante de bombo legüero e emérito jogador de truco, tem, entre outras, mais uma excepcional qualidade: conhece de cor, inclusivemente as vírgulas e reticências, todo o rol dos mais recitados poemas do universo poético nativista.

Suas intervenções, em várias oportunidades, livrou de vexames públicos declamadores sujeitos a brancos de memória. É o Binha perceber que o sabiá perdeu-se nos gorgeios e lá vem a “assoprada” salvadora.

De uma feita, integrando o grupo nativista Os Teatinos, liderado pelo exímio violonista Glênio Fagundes, estava ao microfone um dos maiores declamadores do Rio Grande – Marco Aurélio Campos, o “Boca”.

Recitava, por coincidência, um poema deste escriba, Infância, integrado, há muito, a seu amplo repertório de textos.

Uma das características do Boca, como declamador, são as pausas que introduz ao longo dos poemas que interpreta, levando os espectadores menos avisados, muitas vezes, ao falso entendimento de que o intérprete esqueceu o texto.

Umas das estrofes de Infância diz: “Estância de mentira e de ilusão!/Teu capataz, me lembro,/ era um sabugo,/ e o teu gado de lei,/ sem magro nem refugo,/ eram ossos de cola e de garrão”.

E nesta estrofe estava o Boca, frente a platéia atenta e silenciosa.

Ao chegar no “teu capataz, me lembro... “, Marco Aurélio, braço direito estendido e mão espalmada, olhando um vago ponto nas alturas, aplicou uma de suas características e grandes pausas.

O Binha, certo de que o amigo sofrera um branco, aproximou-se, com passos de lã, do declamador e assoprou-lhe, de canto de boca, a continuação do poema:

- ... era um sabugo...

Boca não resistiu. Já não era a primeira vez que o “espírito santo de ovelha” intervinha em suas participações.

Ao escutar o assopro de “era um sabugo...”, explodiu com o Binha, mal se dando conta de que o microfone estava aberto:

- Sabugo te enfiei no rabo!

Esperou que cessassem os risos e continuou o poema, impávido, solene e pausativo.

Do livro Rapa de Tacho, de Apparício Silva Rillo - Ed Tchê

quarta-feira, 10 de março de 2010

MEU RANCHINHO DE BARRO E CAPIM...



Foto: LRS


Uma imagem assim, não carece texto.

3ª QUERÊNCIA DA POESIA GAÚCHA

Atenção poetas, declamadores, amadrinhadores, enfim, todos que gostam da arte da poesia.

Termina dia 12 de março, depois de amanhã, o prazo de inscrições para a 3ª Querência da Poesia Gaúcha de Caxias do Sul.

O evento acontecerá no dia 09 de maio próximo, junto ao XXII Rodeio de Caxias, no Parque Nacional da Festa da Uva.

Maiores informações através do e-mail querenciadapoesia@gmail.com

O festival tem o apoio cultural da 25ª Região Tradicionalista.

Vilson Araújo (flagrante abaixo), Luiz Lopes e Carlos Omar Villela Gomes, comporão o corpo de jurados.


Foto: LRS
Colaborou: Poeta Luciano Salermo

AIR JAQUIRANA

Mas não dá para falar em Caxias do Sul, em festival, em alegria, sem lembrar do Radicci, da Genoveva, do Guilhermino, do Nono... e não dá para falar nesta turma que espelha como um límpido olho d’água a cultura do povo que colonizou aquela região, sem lembrar do Carlos Henrique Iotti, cartunista de humor fino e requintado. O Iotti pega detalhes impressionantes não só dos costumes italianos, como também daqueles que vivenciei, ou seja, os “rituais” gaudérios.

Diariamente nos fazendo rir através do Jornal Zero Hora, agora ele veio com uma série de tiras, a Air Jaquirana. Eu sou daquela região e conheço a Jaquirana do grande gaiteiro Petiça Preta como a palma da mão. Da oficina do Capacete, ali pela Várzea do Cedro, onde o avião pousa de vez em quando para uns reapertos, até os costados do Rio das Antas, nos pagos de Bom Jesus, onde um gaúcho deu uns tiros num trenzinho de brinquedo antes que ele crescesse e virasse aquele “monstro” que viu na cidade grande. Um “campo de aviação” naquele ambiente serrano, seria exatamente como o Iotti nos apresenta.

Dá orgulho na gente a diversidade artística deste Rio Grande Velho!

Foto Divulgação. Iotti e seus personagens