RETRATO DA SEMANA

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segunda-feira, 29 de abril de 2013

PAIXÃO E VERÍSSIMO SÃO OS CULPADOS!

 Folclorista Paixão Côrtes, um dos responsáveis pela estagnação do Rio Grande, segundo o jornalista David Coimbra

Vou tentar me focar no tema pois, normalmente, me irrito e saio escrevendo impropérios quando abordo tal assunto. Meu inconformismo é sobre o texto abaixo, clonado do blog G1 Repórter Farroupilha, do meu amigo Giovani Grizotti, sob o título MITO GAÚCHO GERA ATRASO.

Lí atentamente o artigo publicado pelo jornalista e colega  David Coimbra, que busca encontrar argumentos para justificar o que considera conformismo do gaúcho som o “quase bom” e o “próximo do ótimo”. O jornalista afirma “desconfiar” que as razões dessa forma diferente de “ver o mundo”, tão diversa do “cosmopolita capitalismo paulista” (que buscaria o bom e o ótimo),  tiveram início na década de 40,  quando Paixão Côrtez  fundou o primeiro CTG do estado, o 35.

A partir disso, na opinião dele, ” a vida campeira deixou de ser caipira para tornar-se motivo de orgulho”. David lembra, ainda, que na mesma época Érico Veríssimo lançou O Tempo e o Vento. Assim,  “aparafusava na cabeça de todos os brasileiros a imagem do herói gaudério: o insuperável Capitão Rodrigo”.

Embora considere o romance do escritor “universal” e o movimento de Paixão, “nobre”, David entende que, a partir daí,  o gaúcho passou a olhar para “trás”  a “achar que basta” e a “viver do passado”. O que vocês acham?

Minha opinião: (Léo Ribeiro)

Antes de mais nada, temos que saber sobre o autor do texto. David Coimbra, embora escreva muito bem, se caracteriza pelos constantes ataques àquilo que venha do mundo tradicionalista. Precisa disto para sua auto-estima. Isto é notório até no programa radiofônico (Sala de Redação) em que participa. Seus colegas lhe fazem chacotas tipo: - Quero ver tu aparecer lá no Acampamento Farroupilha para fazer o programa ao vivo... Em suma, David Coimbra é, na RBS, o carbono daquele jornalista do Correio do Povo (me nego a citar o nome), que usa de sua inteligência para denegrir o que o gaúcho ainda preserva com o maior orgulho, a sua tradição.

Em resumo, o escritor de ZH (e que falta que faz o Nico Fagundes para um contraponto no mesmo jornal) diz que a partir de Paixão Côrtes o Rio Grande do Sul transformou-se num Estado conformista, sem ambição, voltado para o passado, sem buscar o bom e o ótimo como o cosmopolita capitalismo paulista. 

Então, nosso maior folclorista, motivo de honra para todo o gaúcho, é culpado pelo atraso econômico de nosso Estado (acho agora que foi ele quem mandou a Ford embora), pela corrupção desenfreada em quase todos os setores públicos, pela falência da ética e da visão coletiva entre os partidos políticos, pela violência que coloca nossa capital com a taxa alarmante de 32 assassinatos por 100 mil habitantes, tendo o triplo do índice considerado aceitável pelas Nações Unidas, ficando a frente de cidades como Bogotá, Rio de Janeiro e São Paulo

Para tudo, nós temos que arrumar um culpado e a nossa pura e saudável tradição é culpada pelo desemprego, pela vida subnutrida nas favelas, pelo nível assustador de viciados e as conseqüentes mazelas oriundas destes vícios.  

Nossos freqüentadores de CTGs, nossos músicos e poetas, são responsáveis, segundo este jornalista, pela troca de favores entre políticos, pela chuva em demasia que prejudica a soja, pelo sol escaldante que prejudica o arroz... 

Cheguei a conclusão, depois da brilhante coluna de David Coimbra, que Erico Veríssimo e o seu Capitão Rodrigo são os “dedos-duros” que indicaram a policia federal o nome do Secretário de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul e mais 14 integrantes de sua pasta que foram presos agora, há poucos instantes, por exigirem propina para liberação de alvarás.

E como é atrasado aquele conjunto de ilhas que chamam de Japão, o Império do Sol Nascente, que cultua como poucos povos no mundo a sua tradição milenar...