SERÁ ENTERRADO HOJE, EM SÃO BORJA.
Liciane Brun / Diário de Santa
Maria
A música nativista perde um de
seus maiores representantes neste domingo. Às 13h40min, morreu no Hospital
Universitário de Santa Maria (Husm), o cantor Cesar Lindemeyer, 60 anos.
O músico estava internado no Husm
desde o dia 3 de novembro, e, neste sábado, deu entrada na UTI adulta com
insuficiência respiratória. O músico já vinha com sua saúde debilitada desde
julho do ano passado, quando sofreu uma parada cardíaca seguida de pneumonia, e
chegou a ficar em coma por 45 dias.
O corpo do músico será enterrado
às 10h desta segunda-feira, em São Borja, onde iniciou sua carreira musical.
Ele era natural de São Luiz Gonzaga e morava em Santa Maria há mais de 20 anos.
Lindemeyer ficou conhecido em
1972, quando foi convidado para participar da 2ª Califórnia da Canção,
tradicional festival de música nativista de Uruguaiana.
O músico e compositor Luiz Carlos
Ithi Ranoff era vizinho do cantor em Santa Maria e lembra, saudoso, do legado
deixado por Lindemeyer.
— Ele interpretou várias canções
minhas, dava um colorido especial. Éramos amigos e vizinhos. Ele tinha uma alma
maravilhosa, era um cara sensível, tinha muita luz. Ele revolucionou a música —
lembra Ithi.
Com o também compositor
santa-mariense Carlos Omar Vilela Gomes, Lindemeyer selou parcerias, como Fardo
de Lã. Ele foi jurado da 21ª Tertúlia Musical Nativista, no ano passado, quando
Lindemeyer cantou Nostalgias de Um Tempo de Guri, de Toti Bueno, e recebeu o
prêmio de música mais popular.
— Foi um sublime retorno, logo
depois que ele tinha saído de um lono período de internação. Foi um momento
maravilhoso, me emocionei e todo o público se emocionou— relembra.
Lindemeyer deixa três filhos e um
legado de interpretações nativistas que já somou mais de 200 prêmios em
festivais pelo Rio Grande do Sul.
DISCOGRAFIA
Alguns dos álbuns lançados por
Lindemeyer
- Cara a Cara (com Miguel Bicca)
- Um Canto à Vida
- Auroras de Vida
- Janaina
- No Sul é Assim
- Parcerias