RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Identidade Visual dos Festejos Farroupilha 2024 / Cintia Matte Ruschel

domingo, 11 de junho de 2017

COMO ERA O LUTO, ANTIGAMENTE.



A gurizada nova não sabe mas, antigamente, as pessoas, principalmente interioranas, faziam questão de mostrar que estavam de luto também em sua maneira de trajar.
 
Quando falecia um ente muito próximo, tipo pai, mãe, filhos, esposo, esposa, se usava, por meio ano (alguns usavam o ano inteiro), o "luto fechado", ou seja, roupa preta no corpo inteiro, principalmente as mulheres. Os homens usavam o lenço e a camisa preta e, alguns, o "fumo" que seria uma tarja preta na manga ou no bolso da camisa.
 
Neste período não se ia a bailes ou a qualquer tipo de divertimento. As pessoas tinham que demonstrar a sociedade que estavam de luto.
 
Quanto a isto, sempre lembro de um acontecido:
 
Eu dançava na invernada artística do CTG Rodeio Serrano, de São Francisco de Paula. Nosso gaiteiro, há mais de dez anos, era o saudoso Davenir. Neste meio tempo faleceu o pai do Tio Dave (Davenir) quando ele, então, de luto, parou de tocar. Assumiu o posto de gaiteiro o Darlane Valim e, por algum tempo, o grande Porca Véia, ainda sem a fama de hoje. Certa feita, resolvemos fazer uma visita ao Davenir. Chegamos em sua casa e ele estava com um pano de feltro limpando sua gaita. Foi aí que ele nos disse: - Amanhã completa um ano que papai morreu... A partir de amanhã, vocês tem gaiteiro de novo.  
 
Após este período que ia de meio a um ano, se passava para o "luto aberto" onde as roupas mudavam do preto (sempre fosco) para tons acinzentados, marrons ou azuis escuros.
 
Hoje em dia as coisas mudaram muito e o luto é representado "apenas" pelo sentimento da alma, o que acho correto, embora eu sempre use meu lenço preto nas encomendações de quem eu quero bem.

Gravura: Marciano Schimitz