Sou um torcedor
diferente. Talvez único. Tenho cadeira
na Arena do Grêmio mas, em jogos decisivos, vou para o supermercado fazer
compras. É minha forma de não sofrer com o meu time em campo. Na final da Libertadores,
quarta-feira, só havia os funcionários do Bourbon Ipiranga e eu de cliente. Sim. Sei que faço papel de avestruz, mas... é
meu jeito.
Depois que tudo passa
assisto ao vídeo do jogo e a todos os comentários possíveis. Fui dormir as 4 hs
da manhã de quinta-feira. Não escrevi uma linha de chacota aos colorados pois
meu time, minha paixão futebolística, é o Grêmio e respeito o Internacional
como grande instituição que é e a história que possui. Pois foi bombeando um destes programas de debates
esportivos do centro do País que brotou o mote para esta postagem.
Um comentarista
entendido de futebol mas alheio a questões de apego a terra, de orgulho nativo,
chamou a torcida do tricolor de PROVINCIANOS por haver tantas bandeiras do Rio
Grande do Sul em meio aos 5 mil gremistas na Argentina e aos milhares de
torcedores na Av. Goeth, na Arena, por todo Estado, e uma ou duas minguadas
bandeiras do Brasil. Afinal, nós não representávamos a Pátria verde-amarela?
Comentou, inclusive (e não houve contraponto as suas críticas), que na hora da oração dos jogadores, havia no centro do circulo os troféus e...a bandeira do Rio Grande. Que os atletas e dirigentes
carregavam o Pavilhão Tricolor (bandeira Estado) nas costas ignorando que eram
brasileiros.
Não vou discordar.
Somos
PROVINCIANOS sim. E talvez por este provincianismo exacerbado tenhamos
angariado com nossos "escretes", entre tapas e beijos, mas com muito futebol, 2 títulos Mundiais, 5 títulos de Libertadores,
7 Copas do Brasil, 5 Campeonatos Nacionais.
Não seria por sermos PROVINCIANOS que nos foram surrupiados incontáveis direitos, no apito ou nas Cortes arbitrais?
Quem sabe, por sermos assim, um arrabalde deslocado do eixo, brasileiros por opção mas
PROVINCIANOS na hora do reconhecimento, é que tenhamos emprestado aos "grandes",
tantos e tantos jogadores, árbitros, jornalistas, treinadores, que são exemplos
em suas profissões.